Um porteiro que já participou de treinamento e capacitação comigo mandou e-mail esta semana dizendo estar tremendamente chateado com o que ocorreu com ele durante o serviço. Contou que uma moradora telefonou para a guarita dizendo que uma visita chegaria ao prédio com um veículo Gol de cor cinza e que já tinha combinado para a pessoa piscar o farol por duas vezes para que a portaria liberasse a entrada da garagem.
O colaborador comentou educadamente que não poderia atender tal pedido, pois esse tipo de procedimento não era previsto no regimento interno e explicou para a moradora avisar o visitante para estacionar o auto na rua e dirigir-se até a guarita para realizar o cadastramento mediante apresentação de documento público com foto, ou seja CNH ou RG.
Ao receber pedido não constante nas normas internas referentes ao controle de acesso, cabe ao porteiro não atender à solicitação. A experiência como pesquisador criminal na área condominial mostra que as reações dos moradores são distintas e passo a expô-las abaixo: -Alguns entendem a explicação dos colaboradores do edifício e acatam sem discutir.
-Outros contestam e partem para a ofensa e ameaça de demissão do emprego, podendo caracterizar assédio moral. -E por último, temos moradores que, inconformados com a recusa do porteiro em atender seu pedido, entram em contato imediatamente com o síndico tecendo severas críticas ao colaborador, isso com a intenção de ter sua solicitação atendida.
Alguns síndicos mostram que o porteiro está certo com a negativa e explicam ao condômino que é necessário seguir as normas internas vigentes para o bem da segurança da coletividade.
É óbvio que o porteiro desautorizado ficará chateado e até revoltado com a atitude do síndico, pois em dado momento é cobrado para seguir as normas de controle de acesso e em outras ocasiões é obrigado a descumprir o constante no regimento interno. Não é possível fazer omelete sem quebrar ovos, como também não é possível ter nível elevado de segurança em condomínios se o síndico não apoiar os colaboradores no cumprimento rígido das normas internas.
De nada adianta o investimento em guarita blindada, instalação de dezenas de câmeras, equipamentos eletrônicos sofisticados de controle de acesso e proteção perimetral, se for permitido que alguns moradores vençam o braço de ferro com os colaboradores, pelo simples desejo de ofertar comodidade para a liberação de entrada de amigo, parente e até prestador de serviço.
Leia nossa edições interativas: Clique Aqui